Friday, September 12, 2008

na penumbra estendes as mãos contra ti...
tocam-te tão fundo no cortex que sentes a hipófise crescer tornando-te miseravelmente pequeno... é de noite, e as visões do dia estão a esvair-se em sangue escuro, profuso, líquido, e, adormecido por uma canção de embalar, obrigas-te a dormir eternamente.

nada podes fazer para contrariar a punção sonolenta, esta perfura a tua spina e violenta-te com pesadelos durante as horas de inacção.
prometem-te casulos, mas nestes não podes caber... mundos, mas se os não vês, não os podes crer.
desistes, soltas um grito, uma pobre criatura tua descendência está fixa dentro do teu olho na esperança de não cair, e, em ti, estão acumulados os metais nobres do peso.

Friday, August 22, 2008

cantarolas...

Cantarolar o espaço entre dois silêncios é uma árdua tarefa.
construir uma loucura entre as paredes meias de um arco e as paredes podres de um alvo - preciso abate-lo o quanto antes...
solidão & solidez? quaisqueres!
uma delas chega e é impossível ver em alguém, as duas em simultâneo.
paciência.
são as palavras perdidas que encontram onde fixar residência...

Wednesday, July 30, 2008

...do latim;

s. m.,
expulsão ruidosa, pela boca, de gases provenientes do estômago;
eructação.

aparentemente nojento, mas, porque será q tem imensa carga negativa tal gesto tão natural... por ser audível, por cheirar mal?

por ter conotação "labrega", "taberneira", normalmente imposto aos nossos tímpanos por pessoas mais simples??

desconheço a razão deste mito urbano... o arroto é má educação... cheira-me a cultura anti-simples, anti-semita...

quanto a quem vai ler este pensamento, nada posso dizer, mas, quanto a mim, não posso aceitar tal visão, de um simples ar que forçosamente tem de sair...